Por: Zero Hora – Lúcia Pires
O vestibular chegou mais cedo neste ano – e está de cara nova. Em cinco dias, mais de 4,5 milhões de estudantes deverão prestar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), prova que, reformulada, passa a abrir as portas de boa parte das universidades federais em 2010. No último sábado, 11 mil estudantes lotaram o ginásio Gigantinho, em Porto Alegre, para testarem-se com o Simulão Enem.
O simulado, promovido por Zero Hora, com apoio do curso Unificado e da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), apresentou 60 questões nos moldes do novo Enem. O teste evidencia que, além de saber os conteúdos do Ensino Médio, os candidatos precisarão de preparo físico para enfrentar os testes e de olhos atentos ao que aprenderam fora da sala de aula.
Entre os estudantes que participaram, alunos do último ano do Ensino Médio eram maioria. Mas o interesse está ampliado: acadêmicos de instituições privadas e quem já concluiu o colégio há muito tempo também se empenharam para resolver os testes.
– Tentei duas vezes ingressar em uma universidade pública. Agora é uma nova chance. Não podia perder o Simulão
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Enem – disse Kellen Lemos, 19 anos, moradora de Alvorada.
A expectativa de Kellen também levou a diarista Leonilda Michelotto, 50 anos, a acompanhar os filhos até o ginásio. O mais velho, de 24 anos, cursa Engenharia Mecânica e não está conseguindo pagar as prestações da faculdade, e a mais nova também precisa de uma vaga pública.
– Eles vão buscar as vagas onde elas estiverem. O Enem é uma saída – disse a mãe.
Criado em 1998, o Enem ganhou mais conteúdos do Ensino Médio, passou de 63 para 180 questões, mais a redação, e irá valer como única forma de ingresso ou nota parcial nas instituições federais que aderiram à proposta do Ministério da Educação. No Estado, das seis federais, quatro vão utilizar o exame para selecionar seus alunos. A prova também pretende modificar o Ensino Médio, com uma nova orientação de ensino.
– A interpretação e a capacidade de relacionar os conteúdos com o cotidiano, cobradas no Enem, estão desafiando os professores, que agora precisam encontrar novas formas de ensino – acredita Roselane Costella, que coordenou as provas do Simulão Enem.