Xô, nervosismo! |
A psicóloga explica como combater a tensão que antecede a prova. |
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Márcia Araldi, Psicóloga |
Em tempos de crise financeira, ter um diploma de nível superior é pré-requisito para correr atrás de uma vaga num mercado de trabalho cada vez mais concorrido. Mas a disputa por vagas começa bem antes, quando, ainda na juventude, é preciso escolher uma profissão, entrar num curso superior e se formar. No meio desse longo caminho, há o vestibular.
Além das pressões em relação à escolha profissional, o estudante tem de lidar com toda a tensão que antecede a prova do vestibular. Muitos candidatos para poucas vagas, uma prova que cobra todo o conteúdo aprendido pelo estudante durante sua vida escolar, a possibilidade de não ser aprovado, tudo isso pode tornar inúteis meses de dedicação e estudo. Formada na Universidade Federal de Santa Catarina, Márcia Araldi é psicóloga e especialista em Orientação Profissional. Há mais de vinte anos ela vem observando o vestibulando, seus medos, suas dúvidas, suas incertezas. Confira a entrevista que fizemos com ela sobre o vestibular e as escolhas que o jovem tem que fazer nesse período da vida. |
Como não deixar o nervosismo atrapalhar o desempenho no vestibular? A questão do nervosismo significa, na verdade, que o candidato está se sentindo ansioso, e esta emoção está definitivamente relacionada com o histórico escolar durante toda sua vida, além, obviamente, de aspectos referentes a sua personalidade. Nestas experiências, o indivíduo vive aprendizados muitas vezes errôneos, por exemplo, aprende a temer as provas na escola, etc, e, por conseqüência, advêm os medos e as angústias de ter que se sair bem. Em relação ao vestibular, que é uma prova de conhecimentos, geralmente eliminatória, os aprendizados falarão mais alto, e a tendência é repetir o que já está apreendido. Ajuda muito se o candidato estiver se sentindo confiante em relação aos estudos feitos durante o ano, ele acaba chegando às provas muito mais calmo e confiante. Rever conceitos de medos, culpas, erros na escola, aprendizados mal-sucedidos e preparar-se bem, e ainda ter clareza sobre a escolha do curso a que se está pleiteando uma vaga na universidade, pode ajudar, e muito, na concentração e na diminuição dos níveis de ansiedade durante as provas. Também ajuda muito não se deixar abalar por boatos e “terrorismos” que se fazem nos cursinhos, geralmente sem fundamento. Com a tensão e o nervosismo em relação às provas, a maioria dos candidatos acaba tendo reflexos físicos dessa tensão, como azia e insônia. Há como evitar esses reflexos? De que maneira? A maioria dos estudantes se inscreve para vestibulares de diversas universidades em diferentes datas. Qual a melhor maneira de manter a cabeça fria durante uma maratona de provas? Já se pode considerar a tensão e a ansiedade próprias dos vestibulandos como psicopatologias específicas? O vestibulando, com freqüência, enfrenta pressões – familiares e dele mesmo – na hora de fazer a escolha profissional. Como trabalhar esse tipo de pressão? Há diferença em relação ao sexo? Sob o olhar da psicologia, o que a senhora pensa sobre o fato de a escolha profissional ser feita pelos adolescentes aos 17 anos, em média? Existe alguma maneira de evitar a tensão e tornar os momentos de estudo mais proveitosos? A exemplo do que aconteceu em Santa Catarina, onde provas tiveram de ser adiadas em função de uma tragédia climática, o que pode ser feito para administrar o tempo a mais sem se perder na ansiedade? Existe alguma diferença no perfil do vestibulando de hoje e no vestibulando de dez anos atrás? Qual? Fonte: http://www.vestibular.com.br |